Rumo a um futuro sem motores a diesel, as fábricas de caminhões têm investido cada vez mais em modelos elétricos, e para o mercado brasileiro, ao contrário do que muitos possam imaginar, os clientes interessados já contam boas opções na hora de escolher esse tipo de veículo.
A Volkswagen Caminhões (VWCO), que se intitula como a primeira fabricante a lançar um caminhão elétrico, oferta o e-Delivery nas versões 4×2 (11 toneladas) e 6×2 (14 toneladas).
Vantagens e desvantagens dos caminhões elétricos

Sem dúvida, uma das grandes vantagens de um caminhão elétrico está no torque instantâneo do motor. No caso do Volkswagen e-Delivery o modelo é equipado com um motor de 260 KW (350 cavalos) e 2.150 Nm de torque. Para termos uma ideia melhor, o motor de 13 litros a diesel de 410 cavalos do Scania tem 2.150 Nm de torque.
Essa questão do torque em motores elétricos é exponencialmente maior, tanto é que as locomotivas têm motores elétricos nos eixos de tração alimentados por geradores a diesel. Com isso temos uma melhor capacidade de tração com motores de baixa potência.
Outra vantagem também está ligada diretamente ao torque. Nos motores a combustão, temos a curva de torque, ou seja, o torque do motor e entregue em uma faixa de RPM, já nos motores elétricos temos o torque instantâneo, por isso carros como Tesla tem a aceleração de 0 a 100 km/h de forma absurda.
Desvantagens

Como desvantagem, os problemas estão nas baterias. A capacidade delas é limitada e, para ter autonomia na faixa dos 200 km, é necessário usar muitas. Isso acrescenta mais peso, não é algo vantajoso em um caminhão. Isso se deve ao PBTC.
De forma simples, o PBTC é o peso do caminhão somado do implemento (o peso do baú ou carroceria) e do o peso da carga. Se o caminhão elétrico em si for muito pesado acaba sobrando pouco “espaço” para a carga. Isso é algo fácil de se notar: os modelos elétricos disponível no mercado inicia de 7,5 toneladas a 14 toneladas.
Por fim, o tempo de carregamento das baterias, também é uma desvantagem tanto em carros como em caminhões.
Custo Brasil pode dificultar a aquisição dos caminhões elétricos

Todos dizem que o futuro do mundo está nos carros movidos a energia renovável, recarregados em uma tomada em casa. Mas quando você olha seu bolso e o preço médio de um elétrico ou híbrido, que fica próximos dos R$ 200 mil, o primeiro pensamento que vem é: “o futuro vai ter que esperar”.
Bateria, células de energia, inversor e o dólar. Esses são, basicamente, os itens mais caros de um carro elétrico. No ano passado, as vendas de veículos eletrificados (100% elétricos e híbridos) deram um salto no Brasil. Foram emplacadas 19.745 unidades contra 11.858 em 2019. Esse avanço representa aumento de 66,5%, um abismo muito grande em comparação à queda de 26,2% do mercado de automóveis de passeio e comerciais leves com motor a combustão.
Nesse cenário, a pergunta que os executivos das montadoras fazem é óbvia: se tamanho crescimento aconteceu com os preços dos modelos com propulsão eletrificada nas alturas, como seria se eles fossem mais acessíveis?
De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), os impostos aplicados sobre o carro elétrico já caíram muito no Brasil, mas poderiam melhorar ainda mais. Antes, o imposto de importação era de 35% e, em 2015, foi para zero no carro elétrico e 2% no híbrido. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) era de 25% e, em 2019, baixou para 9%, em média.
Em países da Europa, os veículos com mais eficiência energética pagam menos impostos e, no Brasil, acontece o oposto. Aqui, um automóvel com motor a combustão que percorre entre 10 e 12 quilômetros por litro paga 7% de IPI. Já um carro híbrido, que roda 25 km/l chega a pagar até 15%.
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