O combustível e a sociedade sofrem mais um duro golpe: o roubo de cargas. Registrados entre janeiro e setembro deste ano na região de Ribeirão Preto (SP) foi 23,3% maior do que em 2016, segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP).
De acordo com o levantamento, as 93 cidades abrangidas pelo Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter 3) tiveram 185 casos entre janeiro e setembro, 35 a mais do que no período anterior.
A alta incide diretamente no seguro pago pelas transportadoras de combustíveis, um dos produtos mais procurados pelos criminosos, e acaba repassada para o consumidor final, segundo o Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis.
“Hoje poucas seguradoras fazem o seguro de carga, de combustível, e as que fazem dão muito caro. Aí a transportadora é obrigada a repassar no preço do frete esse custo do seguro. No final, vai impactar no preço na bomba do posto de combustíveis”, afirma Valdemar de Bortoli Junior, presidente da entidade.
Em contrapartida, o Sindicato dos Corretores de Seguros defende que, apesar dos prejuízos, tentam estabelecer um diálogo com as transportadoras para encontrar uma solução.
“A seguradora vive em função de fazer seguro. O que precisa é que o mercado segurador converse com o mercado transportador de carga perigosa, inflamável, e que eles cheguem a um acordo no sentido de encontrar a melhor maneira de proteger a carga. É isso que está sendo feito caso a caso com as empresas transportadoras que têm interesse em mitigar esse risco”, diz o diretor do sindicato, Vicente Tozzo.
Roubo de carga
Dos 185 roubos de carga no ano, 34 – ou seja, 18,37% – ocorreram em Ribeirão Preto, maior cidade da região. O total do município teve alta de 36% em relação a 2016, quando ocorreram 25 roubos.
“Encostou do lado já desconfia de tudo”, afirma o caminhoneiro Edmilson Cesar Domingos.
Dentre as cargas mais visadas, como eletrônicos e alimentos, o representante do Sindicato dos Corretores de Seguro, Vicente Tozzo, confirma o grande interesse dos ladrões por inflamáveis, como combustíveis, em função do valor de mercado do produto.
No final de setembro, uma dupla foi presa suspeita pelo roubo de um caminhão com 42 mil litros de gasolina na Rodovia Anhanguera (SP-330).
O roubo de cargas gera um prejuízo cada vez mais alto à economia. Somente em 2015, estima-se um prejuízo superior a 2 bilhões de reais e a cada ano aumenta. Em 2016 a alta de foi de mais 10% em relação ao anterior e o governo alega “não conseguir derrubar esse índice”.
“Hoje uma carga de transporte de inflamáveis sai por mais de R$ 100 mil e toda vez que tem um prejuízo dessa magnitude, o prejuízo fica revertido para a seguradora e é preciso que se diminua essa carga constante de risco.”
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