Nas últimas semanas, o mundo todo tem vivido dias de quarentena, um isolamento social como forma de combater o avanço do coronavírus. No entanto, existem categorias de trabalhadores que precisaram abdicar da segurança de seus lares para fazer a roda da economia girar – Os caminhoneiros.
Uma categoria em especial, os caminhoneiros, funcionam como parte providencial desta engrenagem, fazendo com que suprimentos hospitalares, alimentos e produtos essenciais cheguem ao destino.
Sem os caminhoneiros o mundo pode parar!
Na última semana, por exemplo, uma carga com 15 milhões de luvas cirúrgicas, avaliada em R$ 2 milhões, foi transportada de Pinhais (PR) até Florianópolis. Os utensílios foram entregues à Secretaria de Saúde de Santa Catarina e serão distribuídos aos profissionais do sistema estadual de saúde e das forças de segurança.
Este é apenas um exemplo da importância destes profissionais. E durante a quarentena, muitos passam dias exaustivos, sem borracharias, restaurantes e suporte.
“Nestes 12 anos que estou aí, a gente passou por várias etapas, mas nunca foi tão forte, sempre teve vacina, medicação que previne e aí seguia trabalhando. Eu nunca convivi com isso aí. Há dois anos, quando teve a greve, ficamos 11 dias parado e foi uma caos porque já estava faltando tudo. Se parar 40 dias os caminhões aí dá uma revolução, não sabemos nem o que pode acontecer.”
— Caminhoneiro Vânio Ferraz Pereira, 36 anos, de Araranguá
A ajuda do povo fazendo a diferença
Há 12 anos Vânio é motorista e atualmente dirige um caminhão cegonha, como é chamada as carretas que puxam cargas de veículos Brasil afora. Por não ser uma carga essencial, pôde ficar em casa. Mas não à toa. Na última viagem saiu de Araranguá no dia 23 de fevereiro. Andou por Curitiba (PR), Salvador (BA), Belém (PA) e retornou para casa no dia 18 de março. Gripado, foi recebido pelo irmão e encaminhado direto ao hospital. Precisou interromper a viagem para o Rio Grande do Sul.
“Fiz exames, mas graças a Deus era uma gripe normal. O médico me passou um tratamento durante sete dias. Um isolamento domiciliar, porque não tinha nada de vírus, graças a Deus”, explica aliviado.
O kit está pronto

Com a ajuda da esposa Juliana Paula Nunes da Silva, 40 anos, e do filho Vinicius da Silva Pereira, 12 anos, Vânio já montou um kit de segurança para utilizar durante a viagem. Na bolsa, álcool em gel, luvas e máscara, além dos utensílios necessários para cozinhar no próprio caminhão e evitar refeitórios.
“Estava fazendo um kit para levar. Está tudo preparado para me prevenir quando estiver na rua. No pátio tem restaurante, mas desse jeito está tudo fechado. Então encomenda a marmita para comer no caminhão. Come quietinho, cada um no seu canto. O pessoal está consciente, estão se cuidando bastante. É lavar bem as mãos, usar a máscara para conversar, mesmo que não tenhamos nada”, afirma.
“Desejo que Deus abençoe a todos, peço para o pessoal se cuidar. Muitos querem parar, mas não podem. Tem gente contra e a favor, temos que desejar o bem. Entendo o lado de todos, o que quer parar e aquele que prefere trabalhar. É pedir que se cuidem e enfrentam isso de cabeça erguida”, dá o recado – disse Vânio.
Caminhoneiros autônomos resolveram fazer quarentena nas cabines de seus caminhões
O Brasil não parou, disso já sabemos, mas o fato É que um dos principais motivos dessa tragedia eminente não ter ocorrido são os caminhoneiros. Dormindo nas cabines dos seus caminhões, esses guerreiros passam noites e mais noites sem poder retornar para suas casas.
Se o Brasil ainda não parou, sem sombra de duvidas É porque tem um caminhoneiro la fora trabalhando por todos nós.
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