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Caminhoneiros começam a perder fretes para sistema de cabotagem e desistem de fretes da nova tabela para não perder viagens.

Cabotagem utiliza o modal marítimo como opção para Indústrias com unidades alocadas nas regiões Nordeste e Sul, driblam dificuldades migrando para outros modais para despachar mercadorias. O custo transporte aumentou cerca de 150%.

Adaptado de O Estadão.

Cabotagem se torna uma opção viável para os fabricantes do Nordeste e Sul do país para fugir do custo da tabela de frete mínimo. Leia o que publicamos sobre este assunto.

Indústrias com unidades alocadas nas regiões Nordeste e Sul, driblam dificuldades migrando para outros modais para despachar mercadorias. O custo transporte aumentou cerca de 150%.

O frete retorno, antes utilizado como prática de negócio para o escoamento de cargas tradicionalmente, une regiões com menor volume de saídas e os grandes centros comerciais a um custo inferior ao de um frete normal.

Fabricantes de linha branca e de eletroportáteis instaladas no Nordeste têm cerca de uma semana de produto faturado e parado em seus depósitos por causa do encarecimento segundo José Jorge do Nascimento Júnior, presidente da Eletros, associação que reúne os fabricantes de eletroeletrônicos.

Isso porque utiliza caminhões que, na prática, voltariam sem carga para o Sudeste. A tendência é iniciar uma grande parada de veículos de carga por faltar oportunidade de fretes.

Mas, com as mudanças nas regras, o valor desse frete foi nivelado para cima.“Virou um leilão o mercado de frete”, diz Anete de Castro, vice-presidente da Mallory, fabricante de eletroportáteis, com fábrica em Maranguape, no Ceará.

Por causa do custo elevado de transporte, que subiu 150% do Nordeste para o Sudeste e pela falta de caminhões, até quarta-feira da semana passada a empresa tinha o equivalente a uma semana de produtos faturados e parados no depósitos.Também uma pequena parcela está vindo de caminhão.

Ela conta que há caminhoneiros com a mercadoria já embarcada que desistem do frete para o Sudeste porque recebem uma oferta de preço melhor, dada a escassez de transporte.

Anete diz que já faltam itens da sua marca nas lojas do Sudeste e que está renegociando com os varejistas o aumento de custo de transporte, que normalmente corre por conta do fabricante.

A situação só não está pior porque a fábrica está em férias coletivas, programadas anteriormente.”Os problemas enfrentados pela Mallory para trazer produtos para o Sudeste também viraram rotina de várias outras indústrias instaladas no Nordeste.

A Esmaltec Eletrodomésticos, por exemplo, que produz fogões e geladeiras na região metropolitana de Fortaleza (CE), informa, por meio de nota, que “após a divulgação da tabela de fretes mínimos pela ANTT, em 31 de maio, tem buscado modais alternativos, como a cabotagem, no intuito de minimizar os impactos no transporte de seus produtos, até que haja uma posição definitiva do governo”.

A empresa esclarece que, até o momento, o aumento dos custos não foi repassado para os clientes, mas, caso esse cenário persista, haverá impacto nos preços dos produtos para os revendedores e, consequentemente, para os consumidores finais, diz o comunicado.No Sul, a situação não é diferente.

O diretor de Relações Institucionais do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani, diz que companhias gaúchas produtoras começam a cancelar as vendas da bebida para outras regiões do País.

“Uma companhia associada, por exemplo, cancelou o envio de uma carga de Bento Gonçalves (RS) para Fortaleza (CE) após o preço do frete subir de R$ 18 mil para R$ 45 mil”, alta de 150%, explicou.

A carga seguiria para animar as tradicionais festas juninas da região.

Inviabilidade

Alguns produtos simplesmente ficaram inviáveis com o preço do frete”, resume gerente de Relacionamento com o Poder Executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Pablo Cesário. 70% do preço da cal, usada como insumo na produção de cimento e na agricultura, é custo de transporte.

1 comentário em “Caminhoneiros começam a perder fretes para sistema de cabotagem e desistem de fretes da nova tabela para não perder viagens.”

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