Após queda de 43,8% na circulação de veículos, concessionárias pedem revisão de contratos com o governo federal. ANTT vai analisar os pedidos individualmente
Com forte queda no tráfego nos últimos dois meses, empresas que administram rodovias em várias regiões do país negociam com o governo federal a revisão de contratos de concessão. Com possíveis adiamentos de investimentos e reajustes em preços dos pedágios.
As concessionárias citam a queda abrupta desde o início da pandemia como um exemplo de “risco atípico”. Que nesse caso não está previsto nos acordos e por isso devem ser revisados.
Com redução de 40% no movimento de veículos em alguns trechos, setor teme quebra de empresas e fracassos de novos planos de concessão à iniciativa privada. Prevista para inicialmente para acontecer em junho deste ano. O leilão da BR-381 (Belo Horizonte-Governador Valadares) e BR-262 (até o Espírito Santo) foi adiado para o primeiro trimestre de 2021 e os estudos ainda não foram liberados para análise do Tribunal de Contas da União (TCU).
Índice de tráfego da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR)
Segundo o índice de tráfego da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), em abril a queda no tráfego das estradas foi de 43,8% em relação ao mesmo mês do ano passado. O levantamento mede o movimento de veículos em praças de pedágio de 51 concessionárias.
Outrossim, o fluxo de veículos leves registrou recuo de 51,5%, enquanto de caminhões a queda foi de 20,5%. A tendência é de nova queda no mês de maio. Quando em vários estados as regras de isolamento social e restrições nas movimentações estão em vigor para evitar a disseminação do novo coronavírus.
As empresas apontam a necessidade de uma alteração no “equilíbrio econômico-financeiro dos contratos” para evitar a falência nos próximos meses.
“Em 20 anos de concessão no Brasil, nunca existiram números ruins assim. É o maior tsunami, maior evento, maior catástrofe em queda de volume de tráfego jamais ocorrido. Resultado natural por todo o cuidado necessário em período de isolamento. Mas, essa queda gera uma situação impraticável para as concessionárias.
Por fim, qualquer negócio que passe por uma queda de 44% nas receitas torna-se inviável”. Avalia Flávio Freitas, diretor de Desenvolvimento e Tecnologia da ABCR. Segundo ele, o momento é quase três vezes pior do que durante a paralisação dos caminhoneiros, quando houve queda de cerca de 12% no tráfego das rodovias.
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