Pular para o conteúdo

TRANSPORTE FERROVIÁRIO: AS PERSPECTIVAS E O IMPACTO NOS DEMAIS MODAIS

A principal finalidade dos transportes é promover o desenvolvimento econômico de uma região através do escoamento de pessoas, de bens e de mercadorias e, assim, movimentar a economia. No caso do transporte ferroviário de cargas, o fato do mesmo intervir principalmente junto ao deslocamento de mercadorias provenientes das indústrias de base (minério de ferro, soja, farelo, produção agrícola, etc) o faz desempenhar um papel ainda mais  importante na economia de uma nação.

 

No Brasil, o transporte ferroviário ainda não atingiu o seu ápice, nem de eficiência muito menos de utilização. Ao compará-lo com outros países de grandes dimensões territoriais, confirma-se o fato de que o Brasil não está “usufruindo” das vantagens comparativas do modal ferroviário, para o movimento de carga, frente a outros modais.

 

Esse “mau aproveitamento” acontece principalmente por conta dos gargalos principalmente devido a falta de investimentos (indisponibilidade de rotas, redução na flexibilidade das operações, a  baixa velocidade e a indisponibilidade de vagões), além desses problemas ainda existe o fato das forças invisíveis que preferem que o modal rodoviário reine sozinho em território brasileiro.

 

CENÁRIO ATUAL

Transporte ferroviário

Para o modelo econômico brasileiro atual, principalmente exportação de commodities,  o modal ferroviário se encaixa perfeitamente, pois as principais cargas movimentadas por  trem são os grãos, minério de ferro, cimento, derivados do petróleo, produtos siderúrgicos, entre outros.

 

O problema consiste no fato de que a malha ferroviária brasileira não cria novos pólos de desenvolvimento socioeconômico, havendo, portanto uma concentração das vias férreas na ligação entre os centros econômicos (centro-sul) para os portos.

 

IMPACTO NOS DEMAIS MODAIS

Transporte ferroviário

A concorrência “desleal” com o modal rodoviário também pode ser considerada um grande inibidor do setor ferroviário. Com fretes mantidos em níveis de preço muito baixo, o modal rodoviário consegue ser competitivo mesmo em longas distâncias e, por conseguinte, atrair a demanda que deveria ser do modal ferroviário.

 

Além dos baixos níveis de frete, outros  fatores também dificultam o crescimento do modal ferroviário, entre eles os principais seriam: Indisponibilidade de rotas, redução na flexibilidade das operações, a baixa velocidade e a indisponibilidade de vagões.

 

Certamente esses problemas poderiam ser resolvidos com investimentos adequados no setor. Apesar dos gargalos existentes, segundo dados da ANTF (2011), a movimentação de cargas pelas ferrovias em toneladas úteis (TU) cresceu 86% entre 1997 e 2010, enquanto que  no mesmo período a economia brasileira apresentou um crescimento de 79% do PIB.

 

Ainda dados da ANTF (2011), entre 1997 e 2010 a produção ferroviária nacional medida em tonelada quilômetro útil transportada (TKU) cresceu 104%. Através desses dados de  crescimento percebe-se haver um aumento no desempenho no setor ferroviário, visto que o  crescimento em TKU é maior que o crescimento em TU, significando portanto que hoje  estamos podendo transportar mais carga do que antes, considerando o mesmo comprimento de via férrea.

 

Os principais produtos transportados pelo modal ferroviário são: minérios, carvão  mineral (75%), produtos siderúrgicos (4%), agronegócio (12%), derivados de petróleo e  álcool (3%) e insumos da construção civil e cimento (2%). Baseado nesses dados e no fato do Brasil em 2010 ter tido quase 45% das suas exportações devido as commodities, percebe-se o quão importante para a economia brasileira é o transporte ferroviário.

 

Se considerar que cerca de 10% do PIB é devido as exportações, o transporte por ferrovias teria uma participação indireta de quase 5% no PIB brasileiro. Além disso, ao analisar os dados do MDIC (Aliceweb) a taxa de crescimento das exportações brasileiras desde 2003 vêm crescendo em torno de 18% ao ano, fruto do crescimento da economia brasileira.

 

MAIOR EFICIÊNCIA, MENOR CUSTO

Transporte ferroviário

Tanto para cargas quanto para passageiros, está comprovado que o transporte sobre trilhos é mais eficiente e barato. No caso de mercadorias, ele é o mais recomendado para escoar a produção em longas distâncias, ideal para as dimensões continentais como é o caso do Brasil. Um trem com duas locomotivas e 96 vagões carrega 8.400 toneladas de carga. Para o mesmo volume, seriam necessários 220 caminhões bitrens, o maior veículo de carga rodoviário que não necessita de autorização especial.

 

Isso resulta em economia, já que o frete médio do modal ferroviário é quase metade do rodoviário, conforme o manual estatístico do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Ou seja, para fazer o que os três fizeram em 2016, seriam necessários 57 mil caminhões bitrens indo de São Paulo ao Rio de Janeiro, todos os dias, durante um ano. E isso resultaria em quase o dobro do preço ao cliente final.

 

Para o arquiteto, urbanista e professor do Mackenzie, Valter Caldana, o Brasil deveria apostar mais em uma rede de transporte intermodal que invista maciçamente em estradas férreas. “Se você investe majoritariamente em um dos modais, tem menos eficiência no sistema. Quanto mais intermodalidade, consegue suprir as deficiências de um com o outro. Consegue aumentar a eficiência e reduz custos. Sobretudo na safra”, observa.

 

Os vagões também são mais eficientes para o transporte nas cidades. Trens metropolitanos ou metrôs podem levar até 80 mil passageiros por hora por sentido. Os ônibus conseguem, no máximo, 6 mil pessoas no mesmo tempo. Tudo isso longe dos engarrafamentos e com mais segurança.

 

Leia também: COMMODITIES: O AGRONEGÓCIO AINDA NÃO ESTÁ DIGITAL, MAS O TRANSPORTE DELE SIM!

 

BENÉFICO PARA O MEIO AMBIENTE

Transporte ferroviário

O investimento em trilhos também traz ganhos ambientais para o país. Isso porque esse modal tem alta capacidade, baixa retenção de trânsito e vias de circulação com baixo atrito.

 

Conforme a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários, apesar de carregar 25% das cargas do país, o transporte ferroviário é responsável por apenas 2,2% das emissões do setor de transportes.

 

Se fossem implantadas ferrovias eletrificadas para o transporte de cargas, o que não existe hoje no Brasil, esse ganho seria ainda maior. E as ferrovias eletrificadas ainda podem levar outros serviços por onde passam, como energia elétrica aos moradores, internet e cabos de fibra ótica, por exemplo. Como se pode ver, os trilhos têm a capacidade de transformar o Brasil.

 

 

 

Não esqueça de acompanhar as novidades da Uppertruck nas redes sociais:

 

— Facebook:https://www.facebook.com/uppertruck/

 

— Instagram: https://instagram.com/uppertruck?igshid=1m9z6oknb3l8n

 

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *