Transportadores de carga internacional por via rodoviária expressaram nesta quarta-feira preocupação com a exigência de que realizem o teste contra coronavírus para entrar no Uruguai. Lá será onde o governo reforça as medidas para conter um surto da doença.
No último dia 6, o governo uruauaio determinou que todas as pessoas que entrarem no país devem apresentar um resultado negativo para o teste do novo coronavírus. Outrossim, os caminhoneiros, inclusive brasileiros, alegam que não podem custeá-lo.
O presidente da Câmara de Autotransporte Terrestre Internacional do Uruguai, Mauro Borzacconi, estimou que uma empresa com 40 caminhões que façam duas viagens por semana à Argentina. Por exemplo, terá que desembolsar 32 mil dólares por mês.
“Não há como pagar e não há como cobrar do cliente”
“Não há como pagar e não há como cobrar do cliente se o governo diz: ‘Senhores, quem quiser fazer uma importação terá que pagar.'”, declarou Borzacconi hoje ao jornal local “El Observador“, advertindo que, além disso, o comércio de exportação com os países vizinhos é quase inexistente devido à pandemia.
“Vai haver represálias. Por parte dos transportes brasileiro e argentino. A primeira coisa que nos disseram é que estão preparados para cortar o comércio a partir de suas estradas. Se não houver acordo, apostaria que, entre segunda e terça-feira. O Uruguai ficará sem comércio exterior”, alertou Borzacconi, que também preside o Conselho Empresarial do Transporte de Cargas por Estradas do Mercosul.
Teste contra coronavírus nas fronteiras
Apesar de, atualmente, o governo estar responsável pelos testes nas fronteiras, o presidente Luis Lacalle Pou anunciou que isto mudará no próximo domingo. A partir de então, será expedido um “visto” para aqueles que entrarem no país, que deverão mantê-lo durante a sua permanência.
“Aqueles estrangeiros que não possuírem um visto explicitando que realizaram o teste com swab não poderão circular pelo nosso país”, determinou o presidente ontem à noite, em entrevista coletiva.
Apesar de o Uruguai ter sido muito elogiado por seu controle da crise sanitária, o número de infectados teve um crescimento maior do que o habitual nos últimos dias. Devido a um foco localizado em uma instituição médica de Montevidéu. O país, de 3,4 milhões de habitantes, reportou anteontem 32 novos casos de Covid-19, quando raramente soma mais de 10 por dia. Isso acaba totalizando 1.096 infectados e 33 mortos desde o início da pandemia.
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