Nova linha Meteor 28.460 e 29.520 e Constellation 33.460 ampliam participação da marca no maior segmento do mercado
A Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) investiu R$ 1 bilhão – dois terços do programa de R$ 1,5 bilhão previsto para ser aplicado de 2017 a 2021 – para entrar com mais peso (literalmente) na disputa da categoria de caminhões extrapesados no País, ampliando suas chances de competir no maior segmento do mercado brasileiro, que atualmente responde por mais da metade das vendas.
Após quatro anos de desenvolvimento de produtos, modernização e ampliação da fábrica de Resende (RJ) e desenvolvimento de fornecedores nacionais, a VWCO apresentou na terça-feira, 1º, os três maiores e mais potentes cavalos mecânicos da marca Volkswagen que nasceram desse investimento, dois “estradeiros” da nova família Meteor, o 29.520 6×4 e o 28.460 6×2, e o novo Constellation 33.460 para operações off-road.
Roberto Cortes, presidente e CEO da VWCO e representante da divisão do conselho global do Traton Group (que também reúne MAN e Scania), classificou o lançamento como “o mais importante” de história da empresa e de sua carreira de mais de 40 anos na indústria automotiva, metade deles dedicados aos caminhões e ônibus Volkswagen.
“Mesmo com toda a crise que vivemos nos anos recentes e agora com os problemas trazidos pela pandemia, mantivemos os investimentos e com este lançamento nos tornamos ‘full liner’, com novos produtos para o segmento que se tornou o mais importante do mercado brasileiro de caminhões”, disse Roberto Cortes.
EVOLUÇÃO DA MARCA
Cortes avalia que a entrada com mais vigor no segmento é uma evolução da marca Volkswagen de caminhões, mas ele garante que vai continuar a vender em paralelo os MAN TGX. “Não podíamos deixar de participar do segmento que mais cresce no Brasil. Mas seguimos com a estratégia de dual brand. O Meteor nasce para atender às necessidades dos clientes brasileiros e de mercados emergentes. É um produto do jeito que ele quer. Se quiser mais, temos a linha MAN TGX a oferecer”, afirma o presidente da VWCO.
Para competir em um segmento onde estão os concorrentes mais refinados do mercado, Cortes aposta na tradição de 40 anos da marca de caminhões no mercado brasileiro, a capilaridade da rede de 150 concessionárias, baixo consumo, uma imagem de produtos robustos e alto nível de localização de componentes – a linha Meteor nasce com mais de 70% de índice de nacionalização, com estrutura, motor, transmissão, suspensão e eixos produzidos no País.
A ambição, segundo ele, é conquistar porcentuais de participação de mercado parecidos com os que a VWCO tem em outras categorias de menor peso, como de leves de 3,5 a 11 toneladas que lidera com 46%, médios de 13 a 17 t com 43% e pesados de 24 a 32 t com 38%.
A família Meteor estreou bem. Já foram feitas as duas primeiras grandes vendas. O Grupo Vamos encomendou 100 modelos 28.460 6×2, dentro do mesmo lote 1.350 caminhões Volkswagen para locação – a maior venda única da história da VWCO. Outros 110 Meteor 29.520 6×4 foram adquiridos pela Transpipeline para atuar na rota Manaus-Boa Vista (AM) com tanques de gás GNL.
Cortes diz que já estão em curso estudos de exportação dos novos caminhões, mas ainda não há prazo definido para o início das vendas externas, que deverão ser iniciadas pelos países da América Latina, incluindo o México, e depois possivelmente para a África. “Queremos primeiro estabelecer o produto no mercado brasileiro”, afirma.
ESTRATÉGIA É EXPLORAR NICHO DE ENTRADA DOS EXTRAPESADOS
Segundo Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas e marketing da VWCO, a estratégia é posicionar a nova família Meteor na entrada do segmento de cavalos mecânicos extrapesados aplicados ao transporte de longo curso e alto peso, onde até o momento a fabricante tinha presença limitada.
“A categoria de pesados no País cresceu de 20% do mercado de caminhões em 2015 para 50% em 2019, sendo metade disso de cavalos mecânicos extrapesados, mas só participávamos de 12% deste segmento. Vimos uma oportunidade de aumentar nossa presença na entrada desse nicho; e quem nos disse isso foram os clientes, que queriam veículos com as características que estamos lançando agora”, afirma Ricardo Alouche.
Os dois modelos Meteor que começam a ser vendidos por R$ 550 mil (28.460 6×2) e R$ 590 mil (29.520 6×4) ampliam significativamente o potencial da fabricante entre os caminhões rodoviários extrapesados. Até o momento a empresa explorava apenas 12% desse mercado com os MAN TGX de 440 e 480 cavalos (montados em Resende desde 2012) no topo da categoria – que segundo explica Alouche “tem limitações de configurações por ser montado com muitas partes importadas” – e na ponta de baixo com versões do Constellation de 330, 360 e 420 cavalos, sendo que o maior deles 6×4 puxava o máximo de 63 toneladas na estrada.
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